Congestionamentos iminentes. Avisos da empresa de consultoria que acompanhou uma centena de projetos renováveis com EISs positivos

No âmbito da GENERA 2023, Andrés Medina, analisou os desafios do setor das energias renováveis nos próximos anos.

No final de fevereiro, na cidade de Madrid, teve lugar a feira internacional de energia e ambiente GENERA 2023, um evento organizado pela IFEMA Madrid, com o apoio do IDAE.

No âmbito do evento, a Energia Estratégica Espanha entrevistou Andrés Medina, Diretor de Desenvolvimento de Negócio da SÓLIDA Energias Renováveis, uma empresa global de engenharia especializada em energias renováveis, especialista em consultoria, digitalização e desenvolvimento de conhecimento multidisciplinar, com mais de 100.000 MW de experiência acumulada em projetos fotovoltaicos, eólicos, solares térmicos e de biomassa, bem como em armazenamento, subestações e linhas de alta tensão..

De tal forma que o executivo diz ter aconselhado quase “uma centena” de projetos de energias renováveis que obtiveram posteriormente Declarações de Impacto Ambiental (DIA) positivas por parte dos governos nacionais e da UE.

Segundo dados do Ministério para a Transição Ecológica e o Desafio Demográfico (MITECO), os projetos avaliados (202 dossiers) até 25 de janeiro totalizavam 35,8 GW, dos quais 27,9 GW obtiveram DIAs positivas. No entanto, se forem contabilizados os projetos aprovados pelas Comunidades Autónomas, o número não é claro, mas poderá duplicar.

“Vai haver uma grande concentração de projetos ao mesmo tempo. Com EPCs, fabricantes, empresas de engenharia e financiadores, é muito provável que haja um estrangulamento, quase garantido“, alertou o executivo sobre um número tão grande de GWs avançando ao mesmo tempo.

Preciso que entre el segundo semestre de este e o primeiro ano de 2025, um “grande número” de instalações atingirá simultaneamente a fase de “pronto a construir“.

“Por não ter sido um processo mais escalonado, ele será um gargalo por si só. Por outras palavras, há muitos locais de construção que vão começar a comprar equipamento ou a contratar EPC e empresas de engenharia ao mesmo tempo. Vai ser um desafio para todas as empresas do setor”, observou Medina.

Embora tenha sublinhado que a Espanha tem uma grande experiência neste tipo de desafios, tanto a nível industrial como empresarial, reconheceu: “Não podemos fazer num ano o que não conseguimos fazer em três. “Não podemos fazer num ano o que não conseguimos fazer em três. O estrangulamento na tramitação das licenças vai afetar o abastecimento e a construção.”.

Recomendações

Entre outras medalhas, Sólida participou também como engenheira no desenvolvimento e construção da central solar “Francisco Pizarro” para a empresa espanhola Iberdrola. Esta central solar tem uma potência de 590 MW e é a maior não só de Espanha, mas também da Europa.

Questionado sobre o tipo de recomendações que a Sólida daria aos promotores de projetos, Medina afirmou: “Todos temos de educar as pessoas para as ajudar a compreender que os âmbitos da engenharia são complexos e que vale a pena investir neles. Cada euro investido em engenharia pode levar a poupanças muito maiores na fase de execução do projeto e a um melhor desempenho na fase de exploração.”.

Além disso, aconselhou os promotores a anteciparem-se e a planearem com antecedência, de modo a não comprometerem os prazos de entrega das instalações. “Quando os prazos são apertados, a qualidade pode sempre ser posta em causa“, sublinhou Medina.

E acrescentou: “Os desafios estão à nossa frente, estamos perfeitamente preparados para atingir os objetivos. No entanto, um ano de estrangulamentos no processamento significa que será difícil atingi-los. Quanto mais conseguirmos acelerar o processo de licenciamento, maior será o impacto positivo nos prazos de entrega dos projetos.”

Concorrência de capacidades

Por outro lado, o executivo da Sólida Energía Renovables referiu-se aos concursos de capacidade de acesso a realizar pelo MITECO para ligar os nós da Rede de Transporte: “Todos esperávamos que os primeiros fossem realizados em 2022, é uma questão que deixa todo o setor na expectativa”.

“Perguntam-nos quando é que estes concursos vão ser feitos, para que se possam planear investimentos, para que haja datas credíveis, e tudo isto não é claro nem para nós nem para ninguém”, sublinhou o executivo.

Explicou ainda que não é positivo para o setor atrasar a execução destes concursos ao longo do tempo. Sobretudo, tendo em conta que são necessários 3 a 5 anos para se chegar ao “ready to build” a partir do momento em que os concursos são realizados.

“O setor está a aguardar incansavelmente pelos concursos de capacidade de acesso, e isso pode ter tido impacto em vários investimentos que foram adiados e que poderíamos esperar ver este ano”, conclui o executivo.

 

Noticia Original: Energía Estratégica